Valores
que despertam para a espiritualidade, na direção da moral, da ética, do
cooperativismo, que despontam para a valorização e o amor à pátria, na
configuração de uma terra respeitada, altaneira, batem à porta da escola e pedem
para entrar. Formar o aluno nessas duas vertentes contribui para uma sociedade
assentada em bases humanísticas e cívicas.
O sentimento patriótico amplia e reforça a visão de família,
de luta unida em favor do bem comum. Afinal, a pátria não é mais que uma
agregação de famílias, sustentadas por um tronco comum a todos. Desenvolver a
noção de pátria é meio caminho andado à formação política do aluno.
Politizar
o educando é um objetivo que não pode ser postergado. Levá-lo à análise do
comportamento político, do conhecimento dos regimes políticos, da ética
democrática, diferenciando-a da cultura autoritária, na conquista da cidadania,
do convívio social, da reivindicação dos
direitos do cidadão e respeito pelos deveres a serem cumpridos, no nascimento
de um povo novo. De um povo que, pela participação política, renasce, a cada
dia, para a batalha da vida, para a busca de soluções aos destinos de sua
terra. Politizar o aluno é dar-lhe estrutura para atuar no campo político, com
vistas a uma política responsável, a uma militância consciente. Levá-lo a
refletir sobre o voto e sua importância para o País. Mecanismos pedagógicos
devem ser acionados, como debates, discussões, trabalhos entre os alunos,
ressaltando-se temas como “O País que quero morar”, “O País que quero ter”, “O
País dos meus sonhos” etc.
Presenciamos com entusiasmo
o retorno aos estímulos patrióticos,
com a volta, às escolas, do hasteamento da bandeira e da
execução do hino nacional. Há tempos atrás, uma vez por semana, antes do início
da 1.ª aula de cada período, professores e alunos hasteavam a bandeira e
cantavam o hino pátrio, tentando resgatar valores de nacionalidade, de amor e
compromisso para com a pátria. No fim do dia, um aluno era destacado para
arriar a bandeira, dobrá-la e, com orgulho, entregá-la a um professor.
O programa governamental, de junho de 2002, denominado
Mutirão da Cidadania, teve o mérito de despertar para o retorno do movimento
patriótico, instituindo a volta do ato cívico mencionado.
A Secretaria da Educação, abraçando a idéia, remete à
escola, em sua autonomia, a decisão de avaliar a pertinência dessa realização,
que reforça a cidadania. O Secretário da Educação, Gabriel Chalita, considerou
que o hino pode ser usado, também, como base para o ensino das disciplinas do programa
curricular, em trabalhos interdisciplinares. Ensinar português, história,
geografia e até matemática, utilizando-se do hino.
Embora a execução do hino nacional não esteja sendo
obrigatório, o Ministério da Educação (MEC) lembra que pela lei 5.700, de 1.º
de setembro de 1971, promulgada pelo governo Médici e mantida na Constituição
de 1988, as escolas do ensino fundamental e médio são obrigadas a hastear a
bandeira e a cantar o hino uma vez por semana, durante o ano letivo. Essa
determinação, infelizmente, caiu no esquecimento.
À argumentação de alguns de que a instituição do hino é uma
volta ao passado, ao governo militar, à lembrança desse regime, o secretário
Chalita rebate, dizendo: “Para alguns pode lembrar a ditadura, mas, também, lembra
as diretas-já e Ayrton Senna”.
Finalmente, um decreto presidencial, assinado por Luiz
Inácio Lula da Silva, na solenidade em comemoração ao 7.º Encontro Cívico
MEC/Nestlé, realizado no Palácio do Planalto, logo após o desfile de 7 de
Setembro de 2003, reza que as escolas públicas de todo o País terão de fazer um
hasteamento solene da Bandeira Nacional, ao menos uma vez por semana. As
escolas deverão hastear a bandeira, preferencialmente, às segundas-feiras, no
turno matutino, e às sextas-feiras, no vespertino.
Acima de qualquer consideração, o hino é um sentimento
suprapartidário, supra-regimental, encerra em si mesmo o amor à pátria, encontra
nesse amor o seu maior significado
Somos responsáveis pelos homens públicos que colocamos no poder
e acertamos bem mais quando acompanhamos suas ações, seus desempenhos, quando
aprendemos a manusear as armas poderosas que as eleições nos oferecem,
filtrando, peneirando o universo indesejável. A escola conseguirá formar um
aluno compromissado com a pátria, se despertar o amor à terra natal desde a
tenra idade, porque os bons princípios, os sentimentos, crescendo com a
criança, se desenvolvendo com ela, se
firmarão e dificilmente serão abalados.
Ao
mestre, reforço as reflexões, nos meus versos abaixo:
AMOR À
PÁTRIA
Quando criança, meu coração batia
Ao ouvir o hino nacional,
As cores da bandeira eu
coloria,
Sentia minha esta terra
natal!
Cresci orgulhosa da terra-mãe,
Na sua grandeza me
espelhava,
Queria lutar, ser-lhe filha,
irmã,
O ardor patriótico me
falava!
Freqüentando a escola, mais tarde,
Aprendi os três poderes
constituídos,
O respeito, praticado sem
alarde,
O civismo em passos
instituídos.
Hoje, olho a criança, sua
apatia,
Não aprende a pátria
enaltecer,
É barco perdido em
travessia,
Nave sem lume no alvorecer!
Tradição e valores esquecidos
Tornam pobre toda e qualquer nação,
Navio de pilares
enfraquecidos
Não leva longe a tripulação.
A pátria é dos filhos a identidade,
Termômetro das condições de vida,
Querê-la pujante, em
notoriedade,
Lealdade se elege, esforço
se envida.
Orgulho da pátria, orgulho do lar,
Patente timbrada em nobre brasão,
A nos dar as mãos, chamarmos de irmão.
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