A Educação Infantil é uma preocupação mundial. Educar a criança é o
ponto de partida para a transformação social, para se construir um mundo de
valores, os quais se diluem diante de
nossos olhos. Se a criança é o adulto de
amanhã, como será esse adulto sem uma base de sustentação montada na infância?
Base sem consistência, edifício desmoronado!
Por essa razão, cerca-se o
estudo do desenvolvimento infantil de todas
as áreas: pedagógica, psicológica e científica. A escola não pode parar no
conhecimento, tem que avançar, caminhar par a par com as descobertas que vêm
surgindo e, com elas, reformular-se.
Até ontem, acreditava-se que os
alunos lentos na aprendizagem, com certa dificuldade de adquirir o
conhecimento, eram somente produtos de uma situação de pobreza, de problemas
familiares, de falta de prontidão. Hoje, com as
descobertas da ciência, certifica-se que a causa pode ser genética e como tal
pode e deve ser tratada. Esta foi a declaração dada à TV britânica, em março
de 2003, por James Watson, um dos dois cientistas que descobriram a estrutura do DNA, há 50
anos, conquista que lhe valeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1962. Nessa
declaração, o cientista afirma que
“a burrice é uma doença genética que deveria ser tratada”. “As pessoas burras, continua ele, ou com
coeficiente intelectual baixo, que não têm um transtorno mental diagnosticado, sofrem de uma desordem transmitida de forma
hereditária pelos genes, como ocorre com doenças como a fibrose cística ou a
hemofilia”. “Se alguém é realmente
burro, chamaria isso doença”, reforça esse renomado professor, grande impulsionador
do Projeto Genoma Humano, a iniciativa internacional para decifrar o
chamado mapa da vida.
James Watson conclama ao uso da engenharia genética para melhorar a
raça humana. Pede aos cientistas que desenvolvam tratamentos genéticos, que
façam exames pré-natais para prevenir o nascimento de crianças burras. “É
injusto que as pessoas não tenham as mesmas oportunidades (de ser inteligentes).
Uma vez que se dispõe de métodos para melhorar nossas crianças, ninguém pode
evitar sua aplicação. Seria “burro” não usá-los”, defendeu Watson.
Um outro aspecto, agora vindo da psicologia infantil, a ser observado
pelos educadores e de fundamental importância para o desenvolvimento da
personalidade, é a solidão na infância. A dificuldade de socialização, quando a
criança não faz amizades e se acostuma ao isolamento, significa que algo está
errado; é o momento de se buscar ajuda.
A dificuldade de se relacionar com outras crianças é mais evidente na
escola, onde se aprende a arte da convivência. Esse comportamento, revela-nos a
psicologia, pode ser sintoma de que ela está passando por algum problema, como,
por exemplo, a separação dos pais, a falta de atenção, de carinho, a baixa
auto-estima.
No ambiente microssocial que é a escola, é muito importante o professor
não se limitar à sala de aula. Observar o aluno no recreio, nas horas de lazer,
se ele se afasta, se não se achega aos coleguinhas e comunicar-se com os pais.
Manter com os pais cumplicidade, facilitando o diagnóstico do problema e a
busca de solução. As crianças que se isolam na hora do recreio, que têm
dificuldades de fazer amiguinhos, mostram sério sintoma.
O professor deve incentivar o relacionamento dessa criança com seus
coleguinhas e os pais devem brincar mais com esse filho, convidar outras
crianças para brincar com ele em casa. Os pais devem buscar espaços onde haja mais
crianças e estimular atividades coletivas. Não resolve, por exemplo, levar a
criança ao shopping, onde há muita criança, mas sem interação entre elas. Os
psicólogos chamam a atenção para a terapia infantil, chamada ludoterapia,
considerada importante no caso de crianças com dificuldade de relacionamento.
Os psicólogos dão uma relação de motivos do isolamento infantil:
·
Muito
convívio com adultos ou dedicação a atividades solitárias, como videogame, TV,
computador. O que fazer? Os pais devem incentivar o convívio com outras
crianças e as escolas programar atividades em conjunto.
·
Quando
a criança tem gostos e características diferentes da maioria, quando tem maior
sensibilidade, ou preferência pela leitura, deve-se ajudar essa criança a
encontrar amigos que compartilhem dos mesmos prazeres.
·
Uma
séria causa de isolamento e de outros comportamentos anti-sociais é quando a
criança está enfrentando problemas familiares, discórdia entre seus membros.
Ocasião em que toda a família deve procurar terapia, parar para reflexão,
porque o que se constata é que a violência sai das ruas e invade os lares das
mais variadas formas.
A sociedade passa por transformações num ritmo intenso, mudando valores
morais, sociais, religiosos e a família se ressente da mudança, gerando
conflitos. Um mundo novo se descortina e as pessoas não estão sabendo bem como
agir. Antes, contava-se com fórmulas mais exatas, com respostas que se
programavam, com modelos que se seguiam .Agora, passa-se por alternâncias de
desconstrução/reconstrução, sem um guia seguro. Tem-se que enfrentar novos
desafios, fazer escolhas num terreno em que não se está preparado. Os
parâmetros fixos que orientavam as pessoas não existem mais.
O aprender a conviver com o novo repercute na família,
de modo a provocar instabilidade,
insegurança. A criança absorve o ambiente conturbado e passa a ter problemas
emocionais, viés de comportamento. Os problemas familiares são abrangentes e as
causas da desestabilização da criança estão embutidas nas atitudes dos adultos.
O professor alcança a
aprendizagem de todos os seus alunos quando se torna um profissional
interessado, participativo de suas vidas, não se contentando com a posição de
mero espectador. Ele não pode, inclusive, prescindir da educação continuada.
Novas descobertas, novas pesquisas, novas avaliações surgem e é preciso
acompanhá-las, para introduzi-las em seus métodos de trabalho, colocando-os
dentro da modernidade, ajudando o aluno.
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